Entenda os transtornos alimentares e os seus prejuízos para a saúde

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Transtorno alimentar muito provavelmente é um assunto sobre o qual você já ouviu falar, mesmo que não saiba. Anorexia e bulimia, dois dos mais famosos transtornos alimentares, aparecem constantemente na mídia, em novelas, por exemplo.

Além disso, a compulsão alimentar é outro tipo de transtorno relativamente comum, inclusive em pessoas que sofrem de obesidade.

Além desses transtornos mais famosos, existe uma série de outros praticamente desconhecidos da maioria das pessoas. Todos juntos, porém, acometem milhões de pessoas – acredita-se que até 5% da população em geral sofra com problemas alimentares desse tipo.

Por isso, hoje vamos falar sobre os principais transtornos alimentares, como reconhecê-los e também a importância de tratá-los. Afinal, eles não apenas atingem uma grande quantidade de pessoas, como podem trazer consequências gravíssimas para a saúde, inclusive a morte.

Vamos entender melhor como os transtornos alimentares surgiram!

O surgimento do transtorno alimentar

Embora transtornos alimentares só comecem a aparecer em estudos específicos a partir do século XIX, comportamentos compatíveis com os seus sintomas são relatados desde a Idade Média.

A crescente atenção ao tema no século passado se dedicou a classificar os diferentes tipos de transtornos, suas causas, e, principalmente, os sinais de sua presença.

É essencial conhecer os sintomas, a fim de ajudar quem precisa. São eles:

  1. Preocupação excessiva com o corpo (peso, aparência, etc);
  2. Isolamento social por vergonha do próprio corpo;
  3. Fazer dietas constantemente;
  4. Apresentar sentimento de culpa depois das refeições;
  5. Preocupar-se constantemente com que alimentos irá comer;
  6. Induzir vômito ou realizar exercícios físicos intensos após a alimentação, como forma de compensar as calorias ingeridas;
  7. Procurar motivos para não comer;
  8. Perder peso rapidamente.

Ao observar essas situações, é importante orientar a pessoa a procurar ajuda profissional e eventualmente diagnosticar o problema o quanto antes.

Mas quais são os possíveis transtornos alimentares? Vamos ver agora!

Anorexia

Mais conhecido transtorno alimentar, a anorexia também é o que vem sendo estudado há mais tempo, aparecendo na literatura científica desde o século XIX.

Também é o transtorno mais perigoso, pois gera sério risco de morte. Isso porque a anorexia consiste em reduzir drasticamente a ingestão de alimentos pela preocupação excessiva em ganhar peso.

Essa redução tende a começar pelos alimentos mais calóricos e ir se agravando com o tempo, provocando uma perda de peso muito rápida. O paciente chega ao ponto de não comer praticamente mais nada; no entanto, segue achando que está acima do peso.

Esse transtorno alimentar é extremamente grave; a anorexia pode provocar sérios prejuízos nutricionais no organismo, causando danos a longo prazo. Em casos mais sérios, pode provocar a morte do paciente.

Bulimia

Diferentemente da Anorexia, quando a pessoa evita comer, a Bulimia é o ato de comer e realizar alguma atividade compensatória em seguida. A mais comum é provocar o vômito, o que, além de impedir a absorção total dos nutrientes ingeridos, provoca acidez no esôfago e garganta, podendo levar a complicações nessas áreas.

Embora o vômito seja o recurso mais comum, pacientes com esse transtorno alimentar também podem fazer uso de medicamentos diuréticos ou laxantes depois de comer. A prática exagerada de exercícios físicos após a alimentação também é recorrente.

Todas essas ações são maneiras do bulímico tentar “compensar” a grande quantidade de calorias que ingere – e todas são muito danosas à saúde.

Diferentemente do anoréxico, o bulímico não tem uma grande perda de peso, o que pode dificultar a percepção do transtorno por parte de outras pessoas. Assim como na anorexia, contudo, procurar ajuda o mais rápido possível é fundamental.

Compulsão alimentar

Nome curto para Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), também conhecido como hiperfagia, é a conhecida atitude de “descontar”, na comida, problemas pessoais, ansiedade e estresse, por exemplo.

O paciente com esse transtorno alimentar ingere uma enorme quantidade de alimentos num curto espaço de tempo. Os momentos de compulsão podem proporcionar a ingestão de até quinze mil calorias – quase oito vezes a necessidade diária de uma pessoa comum.

Diferentemente da bulimia, na compulsão alimentar o paciente não busca “compensar” as calorias ingeridas. No entanto, é comum que tenha a sensação de que não tem controle sobre o que come, podendo ser acometido pelo sentimento de culpa.

A compulsão é perigosa pois pode levar rapidamente à obesidade. Com efeito, estima-se que 30% dos obesos sofram com esse transtorno alimentar.

Outros transtornos alimentares

A lista de transtornos alimentares é enorme. Vamos falar sobre alguns deles:

O Tare, sigla para Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo, ocorre quando o paciente se recusa a comer um grupo alimentar específico. A motivação pode ser a aparência dos alimentos, sua cor, cheiro, textura ou o próprio gosto. É mais comum em crianças.

A alotriofagia, por sua vez, é o costume de ingerir itens que não são alimentos: terra, tecidos, pequenos objetos, ou comer alimentos sem preparo (batata crua, por exemplo) ou tempero puro.

Também há a ruminação, quando o paciente habitualmente regurgita uma pequena porção de sua última refeição e a mastiga novamente, podendo cuspir ou engolir em seguida. Esse transtorno pode provocar perda de peso e aumenta a acidez do esôfago, garganta e boca.

O transtorno alimentar noturno é relativamente comum e ocorre quando a pessoa começa a comer muito à noite. Também pode acordar durante a noite para comer. É um transtorno que tende a provocar ganho de peso, podendo culminar em obesidade.

Qualquer transtorno alimentar ocorrido durante a gravidez também é uma pregorexia. Essa denominação existe pois as preocupações com a gestação podem estar entre as causas do problema; além disso, qualquer transtorno pode ter enormes impactos sobre a gestação, causando até aborto espontâneo em alguns casos.

Por fim, temos uma série de transtornos alimentares ainda não totalmente reconhecidos como tais pela comunidade científica. São eles a ortorexia, preocupação exagerada com alimentos saudáveis, puros e naturais; diabulimia, quando o diabético reduz ou interrompe o uso de insulina com o objetivo de perder peso; drunkorexia, marcada pela substituição da comida por bebida alcoólica como forma de inibir o apetite; e fatorexia, quando o sujeito simplesmente não percebe que está acima do peso.

O tratamento da obesidade e os transtornos alimentares

Como vimos, muitos transtornos alimentares podem estar associados à obesidade – muitas vezes, são parte da sua causa. Assim, o tratamento dos transtornos anda de mãos dadas com o próprio tratamento da obesidade.

O tratamento varia conforme cada transtorno e as particularidades em cada caso. No entanto, o ideal é que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, pois o tratamento costuma envolver diferentes áreas, da nutrição à psicologia.

É por isso que ambientes que promovem a abordagem multidisciplinar, como o Hospital da Obesidade, são importantes no tratamento de transtornos alimentares – além do tratamento da própria obesidade.

Estamos prontos para ajudar nossos pacientes a tratar a obesidade sem cirurgia, assim como ajudá-los com quaisquer situações ligadas ao problema, tanto físicas quanto psicológicas, inclusive transtornos alimentares.

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