A prevalência de emoções como medo e ansiedade na pandemia é uma realidade. Isolamento social, incerteza sobre o futuro e medo de contrair a Covid-19 são alguns dos problemas enfrentados por milhões de brasileiros.
Os prejuízos à saúde mental do brasileiro já viraram estatística. Uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) com dados de onze países mostrou o Brasil no topo dos casos de depressão e ansiedade durante a pandemia. Entre as pessoas pesquisadas, 63% demonstraram sinais de ansiedade.
Mas, afinal, o que são essas emoções, tão presentes na realidade pandêmica? Até que pontos são naturais e como lidar com eles? Essas respostas são o nosso foco no texto de hoje. Fique ligado!
O que significam o medo e a ansiedade?
É necessário esclarecer que medo e ansiedade são sensações normais em todas as pessoas; o medo, inclusive, está presente em todo o reino animal, não apenas em seres humanos.
O medo é universal entre os animais pois está ligado ao instinto de sobrevivência; sem o medo, o animal não evitaria ou fugiria de situações de perigo, correndo muito mais riscos ao longo da vida.
A ansiedade, por denotar preocupação e inquietação, também está ligada à autopreservação, sendo, assim como o medo, um sentimento natural na vida humana, que não necessariamente é algo ruim.
Embora possam, portanto, ser benéficos na medida em que nos ajudam a resolver situações incômodas, evitar riscos e buscar nosso bem-estar e autopreservação, medo e ansiedade podem, também, ter sua faceta negativa, como veremos a seguir.
Quando os sentimentos prejudicam
O medo e a ansiedade provocados pela pandemia começam a ser prejudiciais quando se exacerbam e viram emoções constantes.
O descontrole dessas emoções pode deixar a pessoa “paralisada”, preocupada e nervosa o tempo inteiro, sem conseguir se concentrar, realizar atividades diversas, ter dificuldades para dormir, entre muitos outros danos.
Medo e ansiedade exagerados também podem provocar sintomas físicos como suor excessivo, taquicardia, tremores, dores musculares, tonturas e até falta de ar, por exemplo. Muitos desses sintomas inclusive são facilmente confundidos com os próprios sintomas da Covid-19, prejudicando ainda mais o psicológico do paciente.
Mas como perceber se você está com essas emoções exacerbadas? Bom, as primeiras pistas são justamente o aparecimento dos sintomas acima.
Além disso, o nervosismo, irritabilidade, aumento da pressão arterial, tristeza e sofrimento por antecipação, além da dificuldade de concentração já mencionada, podem ser sinais de que o medo e a ansiedade já passaram, e muito, da razoabilidade.
Independentemente de quantos sintomas sejam percebidos, ou em que intensidade, o melhor mesmo é buscar apoio profissional. A orientação de um psicólogo é fundamental para entender melhor cada situação individualmente e indicar o caminho a seguir.
Como combater o medo e a ansiedade
Embora o acompanhamento profissional seja sempre o mais indicado, existem algumas estratégias para driblar o medo e a ansiedade na pandemia.
Amanda Cerqueira, psicóloga do Hospital da Obesidade, elencou cinco estratégias possíveis para quem quer refrear o medo e contornar a ansiedade que tantas pessoas têm desenvolvido na pandemia. Vamos a elas!
- A primeira estratégia é reduzir a busca por notícias e informações sobre a pandemia e o Coronavírus, procurando selecionar as fontes de origem confiável. Deve-se procurar acessar apenas o básico para se manter informado, sem exageros.
- É necessário também controlar a alimentação e o consumo de álcool, evitando comprar alimentos que funcionem como “gatilhos” com os quais seja difícil manter o controle. Caso isso não seja feito, a pessoa pode descontar os sentimentos na comida ou na bebida, causando sensação de culpa ou arrependimento, além dos males que o excesso traz para o próprio corpo.
- A terceira estratégia é racionalizar a necessidade de estar no controle de tudo, o que pode surgir com as preocupações da pandemia. É necessário entender que há coisas que fogem ao nosso controle ou entendimento e relaxar um pouco.
- Também é preciso manter uma rotina funcional: evitar dormir e acordar em qualquer horário, passar o dia de pijamas, abandonar hábitos e rotinas. É necessário manter algum padrão de horários, estabelecendo uma rotina minimamente lógica e funcional, aproveitando para colocar em prática projetos que ficaram para trás.
- Por fim, a quinta estratégia é evitar o “piloto automático”, ou seja, realizar tarefas mecanicamente. É importante ter consciência sobre as suas atitudes, refletir sobre e manter o foco. Não se permita começar a fazer tudo de maneira automática.
Cuidar-se é o melhor caminho
Cuidar da nossa própria saúde e bem-estar é sempre o melhor caminho para uma boa qualidade de vida, em tempos de pandemia ou não. É preciso que estejamos atentos a nossos corpos e mentes e sempre priorizar o que é melhor para a saúde de ambos.
No Hospital da Obesidade, cuidamos do corpo e da mente: com acompanhamento médico, psicológico, nutricional e atividades físicas direcionadas. Ofertamos um tratamento completo aos nossos pacientes, que ajudará tanto a perder peso de forma saudável quanto a lidar com as dificuldades psicológicas da pandemia.
Além disso, possuímos um espaço amplo, isolado e extremo contato com a natureza, o que facilita ainda mais a superação do medo e ansiedade, trazendo saúde e qualidade de vida para os nossos pacientes.