A obesidade é um distúrbio causado pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, houve um aumento de 67,8% nos índices de obesos entre 2006 e 2018, o que gera preocupação, pois essa prevalência estimula diversas doenças causadas pela obesidade, podendo até levar à morte.
Para saber se uma pessoa está obesa, o diagnóstico é feito por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que consistem em dividir o peso pela altura elevada ao quadrado. Em adultos, o IMC entre 18,5 e 24,9 é considerado normal, superior a 25 corresponde a sobrepeso e acima de 30 é definido como obesidade.
Além disso, conforme o grau de excesso de peso o IMC é classificado em:
- classe 1: IMC 30 a 34,9 kg/m2 (obesidade leve);
- classe 2: IMC 35 a 39,9 kg/m2 (moderada);
- classe 3: IMC ≥ 40 kg/m2 (grave ou obesidade mórbida).
Por isso, é essencial ficar atento aos primeiros sinais de sobrepeso, como compulsão alimentar, aumento de gordura ao redor da cintura e pescoço e mudanças no número das roupas, para já procurar soluções e orientação médica, antes de essa condições se converter em uma doença.
O maior problema relacionado à obesidade são as inúmeras doenças associadas. Por isso, neste artigo separamos as 10 principais doenças que uma pessoa obesa está propensa a desenvolver e como aderir aos hábitos de uma rotina saudável pode a ajudar a combater esse problema. Acompanhe!
1. Doenças cardiovasculares
A obesidade é um grande fator de risco para o surgimento das doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, angina e fibrilação arterial.
Esses problemas se acentuam com a idade, e o indivíduo obeso sofre com o aumento excessivo de peso, uma vez que as transformações químicas da glicose favorecem os altos níveis de açúcar no sangue, gerando o enrijecimento do músculo cardíaco, ao mesmo tempo que a gordura ao redor do órgão eleva o risco de entupimento das artérias e prejudica o desempenho correto do coração.
2. Problemas respiratórios
Com a elevação do peso, o organismo entra em desiquilíbrio no rendimento de força e tensão dos músculos, consequentemente, há um aumento do esforço respiratório e da fadiga.
Os tecidos de gordura na parede do abdômen e em torno dos órgãos dificultam a movimentação do diafragma, o que diminui a capacidade de expansão do pulmão no processo de inspiração, deixando a entrada de ar mais restrita.
3. Hipertensão
A hipertensão também é uma das doenças causadas pela obesidade. O aumento da pressão nos vasos sanguíneos ocorre principalmente em virtude do consumo de alimentos que contêm gorduras saturadas e sódio.
Com os vasos sanguíneos comprimidos e o excesso de gordura, a circulação do sangue pelo organismo é dificultada, o coração é submetido a uma força maior para trabalhar, o que ocasiona o aumento da pressão arterial. Além disso, os sintomas da hipertensão nem sempre aparecem, o que faz da doença ser considerada silenciosa. Porém, em longo prazo ele pode levar a uma insuficiência cardíaca.
4. Diabetes
O excesso de gordura na região abdominal atrapalha o bom funcionamento das células na conversão da glicose em energia, gerando uma resistência à insulina. A dificuldade ou carência na ação da insulina repercute no acúmulo de glicose no sangue.
A genética pode contribuir, mas a obesidade favorece o desenvolvimento da diabetes tipo 2, o qual tem sido o mais frequente em pessoas jovens.
5. Apneia do sono
A obesidade também contribui, e muito, com as paradas respiratórias involuntárias durante o sono, conhecidas como apneia do sono. O acúmulo de gordura na região do tronco e pescoço reduz as vias aéreas, causando o fechamento rápido da faringe, consequentemente dificulta a respiração.
Essas crises ao longo da noite desregulam os níveis de oxigênio no sangue e causa pequenas despertadas, que durante o dia provoca sonolência excessiva, atrapalhando os afazeres e a capacidade de avaliação e raciocínio.
6. Colesterol Alto
Uma grande parte do colesterol contido no sangue de uma pessoa é formada pelo próprio organismo, sendo um componente importante para as membranas celulares. O colesterol é dividido em colesterol bom (HDL) e colesterol ruim (LDL).
As pessoas com problemas de obesidade geralmente não praticam atividades físicas rotineiras e se alimentam mal, fazendo com que os níveis de colesterol ruim e total aumentem. Em consequência, há acúmulo de gordura no interior dos vasos e maior risco de entupimento das artérias e veias, o que pode ocasionar derrames e infartos.
7. Infertilidade
O excesso de peso também interfere na capacidade reprodutiva. Nas mulheres a gordura em excesso dificulta o clico menstrual, desajustando o organismo em relação à ovulação. O acúmulo de tecido adiposo no organismo se torna tóxico para os óvulos, prejudicando a qualidade e fazendo com que uma quantidade maior de estrogênio seja produzida, e diminui as chances de gravidez.
Nos homens essa relação não é diferente, pois a obesidade altera os índices dos hormônios, aumentando o estradiol e reduzindo a testosterona, e acomete a produção de espermatozoides. Além disso, homens obesos podem ter maior taxa de subdivisão do DNA nos espermatozoides, o que ocasiona imperfeições no momento da fertilização.
8. Depressão
Pessoas com sobrepeso podem ter consequências psicológicas, como a diminuição da autoestima, problema social e depressão. Muitas vezes, para driblar a tristeza, indivíduos depressivos tendem a se alimentar por compulsão, mas reações químicas do organismo também podem contribuir.
Isso porque, quando há um funcionamento inadequado, como a elevação no nível de estresse, o organismo emite sinais para os hormônios, moléculas e células de defesa que iniciam um processo inflamatório na corrente sanguínea pelo tecido adiposo.
Em resposta a essa reação há efeitos contrários, as células de gordura sofrem alteração, diminuindo o gasto energético e aumentando o apetite. Além disso, pode haver alterações nos processos químicos celebrais que são responsáveis pelas sensações de bem-estar, motivações, saciedade e humor.
9. Hipertrofia ventricular
Essa é uma das doenças que acomete mais pessoas com sobrepeso, pois o coração precisa se esforçar mais para trabalhar manter o volume e a estrutura corporal. Dessa forma, na hipertrofia ventricular o músculo cardíaco expande o tamanho, podendo levar a pessoa a uma parada cardíaca súbita.
Embora haja tratamento com a ajuda de medicamentos, é essencial investigar quais condições estão causando o problema. Caso a obesidade seja o principal fator de risco, exercícios diários e reeducação alimentar podem amenizar o problema.
10. Asma
A obesidade é um grande fator de risco para a asma. Isso porque, com a gordura ao redor do pescoço e o estreitamento dos bronquíolos, há maior dificuldade de respiração.
Além disso, o tecido adiposo causa uma reação inflamatória e eleva os níveis de colesterol, favorecendo o surgimento de asma. Com ataques mais agudos, os pacientes que sofrem de asma precisam utilizar medicamentos e visitas recorrentes a emergências hospitalares.
Causas que podem levar a obesidade
A obesidade é uma doença crônica que, por algumas vezes, pode estar relacionada a uma causa médica, como a síndrome de Cushing e a síndrome de Prader-Willi. Porém, esses problemas são raros, tornando outras possibilidades como as principais causas da obesidade, tais como:
Sedentarismo
Pessoas que não praticam atividades físicas e permanecem no sedentarismo queimam menos calorias. Assim, a ingestão de mais calorias acontece facilmente todos os dias, e elas vão sendo depositadas em forma de gordura no organismo.
Parar de fumar
Em longo prazo, parar de fumar é um grande um benefício para a saúde. Porém, em alguns, isso pode ser um fator suficiente para que uma pessoa obtenha ganho de peso e se torne obesa.
Hábitos alimentares não saudáveis
Bebidas com alto teor calórico e alimentos como fast-food são extremamente ricos em calorias. Nesse caso, ter uma alimentação diária com mais calorias torna-se inevitável ao aumento de peso.
Estilo de vida familiar
Quando a família e os pais são obesos, a probabilidade de uma pessoa ter obesidade é maior. Isso não é decorrente da genética, mas quando os familiares não têm uma dieta balanceada e compartilham de atividades semelhantes, a obesidade é um grande risco.
Problemas para dormir
O excesso de sono ou a falta dele pode causar mudanças em determinados hormônios que contribuem para o aumento do apetite. Essa alteração pode fazer com que a pessoa opte por alimentos mais ricos em carboidratos e calorias, o que contribui para o ganho de peso.
Genética
Também desempenha um papel fundamental para a obesidade. Os genes têm a capacidade de fazer com que o organismo transforme os alimentos em energia e queime calorias durante as atividades físicas, além de armazenar a gordura corporal.
Gravidez
No decorrer da gravidez, o aumento de peso é inevitável para o crescimento saudável do bebê. No entanto, depois do nascimento a perda de peso pode ser difícil, facilitando o desenvolvimento da obesidade.
Medicamentos
Alguns medicamentos também podem favorecer o ganho de peso, principalmente se o uso não for associado a exercícios e dietas. Dentre os principais estão: esteroides e betabloqueadores, antidepressivos, antipsicóticos, anticonvulsivos e medicamentos para diabetes.
Idade
A obesidade pode acometer crianças e idosos. No entanto, à medida que a idade avança, mudanças no estilo de vida e problemas hormonais contribuem para a obesidade. Além disso, há a diminuição do metabolismo e da massa muscular, reduzindo as necessidades de calorias e contribuindo para o ganho de peso.
Hábitos para prevenir a obesidade
Alguns hábitos são essenciais para promover a prevenção de aumento de peso, como ter uma alimentação saudável e sempre buscar o equilíbrio da saúde em relação à mente e corpo. No entanto, as medidas de prevenção são de extrema importância, principalmente em razão da gravidade das possíveis consequências. A pessoa precisa ter conscientização da severidade da prevenção e adotar alguns hábitos mais saudáveis, como os descritos abaixo.
Comer melhor
Embora a correria diária e diversos afazeres dificultem ter uma alimentação saudável, para prevenir o ganho de peso é importante comer melhor. Para isso, prefira alimentos integrais, vegetais, legumes, frutas e faça pequenas refeições e porções por dia.
Dormir bem
Ter uma boa noite de sono para repor a energia e disposição gasta durante o dia é fundamental, uma vez que dormir mal ou pouco é prejudicial à saúde. Preze pela qualidade de sono, deixando de lado aparelhos digitais horas antes de dormir e desligando a mente para relaxar.
Consumir menos calorias
Optar pelo consumo de alimentos com menos calorias é essencial. Para isso, é preciso consumir apenas as calorias que estejam conforme do gasto energético e priorizar alimentos que ofereçam mais saciedade, como frutas associadas a grãos e iogurtes, banana e oleaginosas.
Praticar atividade física
São diversos benefícios que a atividade física traz para a saúde. Além de afastar certas doenças, os exercícios estimulam o nascimento de novos neurônios, ajudando no desempenho da memória. Pelo menos por 30 minutos, uma ou duas vezes na semana, é possível aderir aos benefícios, basta caminhar.
Beber água
A maior parte do nosso corpo é composta por água. Para garantir o bom funcionamento do organismo é essencial manter o corpo hidratado, além de manter-se mais disposto e evitar as cãibras. O ideal é beber pelo menos dois litros de água por dia. Mesmo tendo uma rotina agitada, procure levar sempre uma garrafa aonde for e ative um alarme ou aplicativo para lembrar e ajudar a criar o hábito de beber água.
Evitar o estresse
O estresse precisa ser controlado, uma vez que contribui para o surgimento de doenças físicas e psicológicas e aumenta problemas cardiovasculares. Por isso, identificar a causa pode ser uma ótima opção, além de separar um tempo para relaxar e levar a vida com mais leveza.
Fazer exames anuais
Check up médico anual ajuda na prevenção contra a obesidade e outras doenças. Para as mulheres é importante fazer a mamografia e o preventivo, para evitar possíveis problemas, como câncer de mama ou ovário. Já os homens precisam ficar atentos em relação à idade e realizar o exame de próstata, a fim de descartar qualquer doença que possa surgir.
Além disso, tanto a mulher quanto o homem devem fazer os exames de sangue anualmente, para verificar os níveis de colesterol, glicemia, triglicerídeos, entre outros.
Diversas doenças causadas pela obesidade trazem riscos grave e, por isso, é preciso levar a prevenção a sério. O mais indicado é que desde o início e aos primeiros sinais o indivíduo procure acompanhamento médico para o tratamento correto, para trazer soluções, emagrecer com saúde e não gerar outros problemas, com a necessidade de cirurgia ou tratamentos invasivos.
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