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Você sabe quais doenças estão relacionadas à obesidade?

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Em todo o mundo, é cada vez maior o número de pessoas obesas ou que estejam acima do peso. Indo muito além de problemas estéticos, o excesso de gordura traz consequências sérias para a saúde, afetando o sistema imunológico e ocasionando uma série de doenças relacionadas à obesidade.

A situação é tão grave que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera a obesidade uma situação epidêmica, alertando que um em cada oito adultos no mundo encontra-se nessa situação. Se não houver programas de saúde pública para reverter o quadro, a projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de pessoas estejam acima do peso.

A obesidade é classificada utilizando-se uma medida universal, adotada pela OMS, chamada Índice de Massa Corporal (IMC). O cálculo consiste em dividir o peso da pessoa pela altura elevada ao quadrado: IMC = Peso(kg)/ (Altura(m))². O indivíduo tem peso normal quando o resultado está entre 18,5 e 24,9. Acima de 30, já se considera obesidade.

No Brasil, o Ministério da Saúde afirma que mais da metade da população está com sobrepeso e quase 20% está obesa. E, há alguns anos, a correlação entre muitas doenças e o sobrepeso já era evidente: entre os adultos diabéticos, 75,2% apresentavam excesso de peso e entre os hipertensos, 74,4% estavam na mesma situação.

Diante desse cenário, é fundamental se cuidar e entender quais problemas graves a obesidade pode ocasionar à sua saúde. Siga a leitura e veja também alguns hábitos que podem deixar você bem longe do excesso de peso!

Por que a obesidade é um problema de saúde pública?

Como vimos, o alto índice de obesos no mundo é caracterizado como um problema epidêmico que necessita de políticas públicas urgentes para ser combatido. Isso porque há inúmeras doenças — como detalharemos a seguir — desencadeadas pelo excesso de peso, que são fatais e poderiam ser facilmente evitadas.

A ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas em um mesmo paciente é chamada de comorbidade, o que agrava o quadro de saúde, principalmente quando são acometidos por infecções e viroses. Com isso, ao desenvolver determinadas doenças, oriundas da obesidade, a expectativa de vida das pessoas diminui drasticamente.

No Brasil, uma pesquisa recente do Ministério da Saúde revelou que a população atingiu o maior pico de obesidade em 13 anos: entre 2006 e 2018, o número de pessoas nessa condição cresceu 67,8%.

No mundo, a preocupação também se dá com as crianças, cuja projeção, de acordo com a OMS, é chegar a 75 milhões de casos se nada for feito para reter o crescimento da obesidade infantil.

Além disso, nessa projeção, o estudo prevê quase 430 mil crianças pré-diabetes, mais de 1 milhão com hipertensão arterial e quase 1,5 milhão com gordura no fígado, indicando índices alarmantes de doenças antes predominantes apenas em adultos.

Quais os malefícios dessa doença?

Há muitos malefícios em estar acima do peso, que vão além das doenças causadas pela obesidade. Mesmo que o indivíduo não esteja sofrendo diretamente com alguma enfermidade relacionada ao excesso de peso, ele pode ter dificuldades no dia a dia, que vão desde a baixa autoestima até o preconceito em entrevistas de emprego.

Veja os principais problemas enfrentados por pessoas obesas a seguir.

Dores musculares e articulares

A obesidade está diretamente ligada a dores articulares, musculares e na redução da funcionalidade corporal de maneira geral. Como o sistema esquelético fica sobrecarregado com o excesso de peso, a pessoa sente dificuldade em fazer movimentos simples como curvar-se, levantar pesos e até dormir.

Com isso, a musculatura também sofre e a pessoa passa a sentir muitas dores. Também é comum que, com a sobrecarga na coluna vertebral, o indivíduo comece a ter problemas degenerativos e hérnias de disco, por exemplo.

Dificuldade de locomoção

Devido ao excesso de peso, a capacidade de locomoção também é afetada. Muitas vezes, devido às dores sentidas nas articulações e ao entupimento de vasos sanguíneos, o sistema circulatório acaba sofrendo com problemas. Com isso, a pessoa fica mais lenta e atividades rotineiras simples são comprometidas.

Diminuição da autoestima

Mesmo que o obeso esteja se sentindo aparentemente bem, é comum que uma pessoa acima do peso não goste muito do que vê no espelho e se enxergue inferior aos outros. Isso acaba diminuindo sua autoestima e autoconfiança, comprometendo a vida social e os relacionamentos.

A consequência desse sentimento de inferioridade pode ser o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade. Há, ainda, o risco de a pessoa encontrar dificuldade em conseguir emprego por se sentir menos capaz que os demais candidatos.

Quais as doenças relacionadas à obesidade?

A obesidade é uma doença crônica, relacionada a causas hereditárias ou hábitos de vida nocivos à saúde, e que está associada ao risco de desenvolvimento de muitas doenças sérias, que podem ser fatais em muitos casos.

Por isso, é importante conhecer as enfermidades diretamente ligadas ao sobrepeso e que podem afetar a sua qualidade e expectativa de vida. Acompanhe abaixo:

Doenças cardiovasculares

Atualmente, entre as principais causas de morte no Brasil, quatro estão ligadas de forma direta ao excesso de peso: infarto do miocárdio, diabetes, hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC).

Isso já era de se esperar, já que a gordura em torno dos órgãos dentro do abdômen eleva o risco de entupimento das artérias, dificultando o desempenho correto do coração.

O motivo é a produção de substâncias inflamatórias causada pelo acúmulo de células gordurosas, que se aglomeram nos vasos sanguíneos, obstruindo a fluidez do sangue e causando derrames, infartos e outros problemas cardíacos.

A gordura em excesso no organismo também é a principal causa da hipertrofia ventricular, que ocorre quando o músculo cardíaco aumenta muito de tamanho e passa a fazer grande esforço para trabalhar.

A obesidade acaba impulsionando essa deformidade, pois o coração de quem está acima do peso precisa trabalhar mais para sustentar o grande volume de massa corporal.

O tratamento é feito com medicamentos e mudanças no estilo de vida, principalmente com a perda de peso. Contudo, essa doença é um risco, pois se não for tratada, pode levar a infartos sem sintomas prévios.

Esteatose hepática

Conhecida popularmente como gordura no fígado, a esteatose hepática é um problema de saúde grave que ocorre quando células de gordura se alojam nas células do fígado. É comum haver a presença de gordura nesse órgão, mas seu índice não deve ultrapassar 5%. Caso seja maior, o paciente precisa ser investigado e tratado.

Sem tratamento, a doença costuma evoluir para quadros graves de hepatite, cirrose hepática e câncer no fígado, sendo necessário, em muitos casos, fazer um transplante para garantir a saúde do paciente. Os principais sintomas da esteatose hepática são: cansaço, fraqueza, dor no abdômen, inchaço na barriga e dores de cabeça constantes.

Há duas classificações para a doença, de acordo com a causa: esteatose hepática alcoólica (provocadas pelo consumo excessivo de álcool) e não-alcoólica (causada por estilo de vida inadequado, sendo que a obesidade é responsável por 60% dos casos nesse tipo).

Hipertensão

Até duas vezes mais frequente em indivíduos obesos do que em pessoas com peso normal, a hipertensão é considerada uma doença silenciosa, caracterizada pelo aumento da pressão nos vasos sanguíneos.

Geralmente, as causas estão ligadas a hábitos nocivos, como o alto consumo de alimentos ricos em açúcar, sódio, gorduras saturadas e sedentarismo, mas também a fatores emocionais, como estresse, ansiedade e traumas.

Ao receber o diagnóstico, o paciente costuma ser induzido a mudar o estilo de vida, priorizando uma dieta balanceada, com alimentos para emagrecer, a prática de atividades físicas e a incorporação de atividades que promovam o bem-estar na rotina.

Uma boa notícia é que, de acordo com um estudo alemão, realizado em 2011, a perda de 5% do peso corporal diminui diretamente o risco de hipertensão em 13%.

Diabetes

A diabetes também é uma doença crônica silenciosa, cujo índice vem aumentando nas últimas décadas. Ela se caracteriza pelo aumento do nível de glicose no sangue e ocorre quando o organismo passa a ter dificuldade em produzir insulina, um hormônio produzido no pâncreas e que tem a função, justamente, de regular a quantidade de açúcar no sangue.

Com exceção da diabetes Tipo 1, que é autoimune e tem componentes hereditários, a diabetes Tipo 2, que acomete a maior parte das pessoas, é causada por um estilo de vida desregrado, incluindo uma alimentação rica em gorduras e açúcares e a falta de exercícios físicos.

Nesse caso, o sobrepeso também é considerado fator importante e contribui para o desenvolvimento da doença.

Doenças respiratórias

Duas doenças respiratórias agudas que também podem ter como causa a obesidade são a asma e a apneia do sono. No primeiro caso, o transtorno pode ser ocasionado pela presença de excesso de gordura ao redor do pescoço e do tronco, obstruindo a faringe e causando dificuldades na respiração.

Já a apneia é um distúrbio grave, pois as contínuas interrupções da respiração podem causar paradas respiratórias durante o sono. Além disso, as noites mal-dormidas causam desequilíbrio nos níveis de oxigênio no sangue, ocasionando dificuldades de concentração e raciocínio durante o dia.

Outra doença respiratória que pode ser evitada com a redução do peso corporal é a asma, caracterizada pelo estreitamento dos bronquíolos e uma das causas da dificuldade respiratória. Ao reduzir o peso, a pessoa diminui as chances de reação inflamatória das vias aéreas, muitas vezes causada por substâncias produzidas pelas células do tecido adiposo.

Infertilidade

Muitas pessoas com sobrepeso ou obesidade se sentem menos confortáveis em ter uma vida sexual ativa, principalmente devido à autoestima baixa, ao cansaço excessivo e às dores ocasionadas pelo excesso de gordura sobre as articulações, conforme explicamos.

Contudo, muita gente não sabe que a obesidade também está diretamente relacionada à queda da fertilidade, tanto para homens quanto para mulheres.

No homem, o excesso de gordura provoca a redução da testosterona (principal hormônio masculino), levando à diminuição da libido e até a problemas de ereção. Já entre as mulheres, a obesidade provoca diminuição dos níveis de hormônio feminino e o aumento do nível do hormônio masculino.

Com isso, as mulheres passam a apresentar irregularidades no ciclo menstrual, aumento de pelos e infertilidade. Com a redução do peso, a chance de desenvolvimento desses problemas cai em até 10%.

Como a mudança de hábito ajuda no tratamento da obesidade?

Como vimos, quando a pessoa desenvolve a obesidade, ela traz para a sua vida uma série de malefícios, reduzindo drasticamente a qualidade de vida e o bem-estar.

Além dos fatores psicológicos, como baixa autoestima e tendência à depressão, o obeso tem sua expectativa de vida reduzida e fica suscetível a muitas doenças originadas pelo excesso de gordura.

Para adotar um estilo de vida mais saudável e permanente, veja, na prática, pequenas mudanças para combater o excesso de peso:

Dessa forma, fica claro que a obesidade é algo reversível, bastando, na maioria dos vezes, que a pessoa se esforce e incorpore novas atitudes no dia a dia. Assim, a pessoa poderá mudar, pouco a pouco, tanto sua condição física quanto sua saúde emocional.

A obesidade pode causar AVC, problemas respiratórios e circulatórios, tendo como causa uma rotina atribulada, onde há muitas prioridades e pouco tempo para o cuidado com o indivíduo. Portanto, invista no autocuidado e abra sua mente para um novo estilo de vida, longe da infelicidade e de doenças relacionadas à obesidade.

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