Índice de Redondeza Corporal: uma nova perspectiva para avaliar a saúde

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O Índice de Redondeza Corporal (IRC), ou Body Roundness Index (BRI), em inglês, é uma medida que vem ganhando destaque no campo da saúde por oferecer uma avaliação mais precisa da gordura corporal e seus riscos associados, especialmente em comparação com o tradicional Índice de Massa Corporal (IMC). Tal fato vem sendo estudado por cientistas desde 2013. Um estudo chinês, realizado na Universidade de Nanquim, acompanhou quase 10 mil pessoas por seis anos. Os pesquisadores descobriram que um IRC elevado está fortemente ligado a um maior risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame.

Por que o IRC é importante?

  • Foco na gordura visceral: ao contrário do IMC, que considera apenas o peso e a altura, o IRC leva em conta a circunferência da cintura e a altura. Essa medida é mais precisa para avaliar a gordura visceral, aquela acumulada na região abdominal e associada a um maior risco de doenças como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas.
  • Melhor indicador de saúde: a gordura visceral é mais prejudicial à saúde do que a gordura subcutânea (aquela localizada logo abaixo da pele). O IRC, ao se concentrar na gordura visceral, fornece uma estimativa mais precisa do risco de doenças relacionadas à obesidade.
  • Complementa o IMC: o IRC não substitui o IMC, mas o complementa. Ambos os índices fornecem informações valiosas sobre a saúde, e a combinação dos dois pode oferecer um quadro mais completo da composição corporal.

Como o Índice de Redondeza Corporal é calculado?

O cálculo do IRC envolve uma fórmula matemática que considera a circunferência da cintura e a altura. A fórmula exata pode variar ligeiramente, mas o princípio básico é o mesmo: quanto maior o valor do IRC, maior é a quantidade de gordura visceral.

Vantagens do IRC em relação ao IMC

  • Considera a distribuição da gordura: o IMC não diferencia a gordura localizada na região abdominal da gordura localizada em outras partes do corpo. O IRC, por sua vez, é mais sensível à gordura visceral, que é a mais prejudicial à saúde.
  • Menos influenciado pela massa muscular: o IMC não diferencia o que é gordura da massa muscular, ou óssea, pode dar um falso resultado em pessoas musculosas, como atletas. O IRC é menos sensível à massa muscular e, portanto, oferece uma avaliação mais precisa nesses casos.

Limitações do Índice de Redondeza Corporal

  • Não é uma medida direta: o IRC é uma estimativa da gordura visceral e não uma medida direta. Para uma avaliação mais precisa da composição corporal, podem ser necessários outros métodos, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.
  • Não considera outros fatores de risco: o IRC deve ser interpretado em conjunto com outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, como pressão arterial, colesterol e histórico familiar.

Vantagens do IRC em relação ao IMC

  • IMC: Representa a relação entre o peso e a altura, sem levar em consideração a distribuição da gordura.
  • IRC: Avalia a forma do corpo, considerando a circunferência da cintura e a altura, e é mais sensível à gordura visceral.

O que muda com o Índice de Redondeza Corporal?

O Índice de Redondeza Corporal vem como uma ferramenta complementar ao diagnóstico de pessoas com obesidade, pois avalia a saúde e o risco de doenças relacionadas à obesidade. Ao considerar a distribuição da gordura corporal, o IRC oferece uma perspectiva mais precisa do estado de saúde do indivíduo. No entanto, é importante ressaltar que o IRC deve ser utilizado em conjunto com outras medidas, como o IMC, e informações clínicas para um diagnóstico completo.

No Hospital da Obesidade cada paciente é avaliado, no início e ao longo do tratamento, por uma equipe de saúde multidisciplinar, possibilitando a individualização do tratamento.

Referências:

“Trajetórias do Índice de Redondeza Corporal e a Incidência de Doenças Cardiovasculares: Evidências do Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria da China”. Journal of the American Heart Association, v. 124, n. 3, p., mês ano. doi: 10.1161/JAHA.124.034768. Disponível em: https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/JAHA.124.034768. Acesso em: 12 nov. 2024.

SILVA, Maria. “A matemática e outra: novo cálculo confronta o famoso índice de massa corporal (IMC)”. Veja, 2023. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/a-matematica-e-outra-novo-calculo-confronta-o-famoso-indice-de-massa-corpotal-imc. Acesso em: 12 nov. 2024.

“IMC ou IRC: Eis a questão”. Dor Crônica, 2023. Disponível em: https://www.dorcronica.blog.br/imc-ou-irc-eis-a-questao/#:~:text=O%20%C3%ADndice%20de%20redondeza%20corporal%20adiciona%20medidas%20de%20quadril%20e,aumentaram%20entre%201999%20e%202018.. Acesso em: 12 nov. 2024.

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